A maldição das bruxas de Ferrel
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A maldição das bruxas de Ferrel

10,10 €
  • ISBN: 9789728870096
  • Depósito legal: 239818/06
  • Edição: 2006
  • Idioma: Português
  • Dimensões: 22,3x15,2x1 cm
  • Nº Páginas: 156, [3] p.
  • Tipo: Livro
  • Estado: Novo
  • Editora: Edições Sempre-em-Pé
  • Autor: Calado,Mariano
Tema: Literatura Portuguesa, Prosa
Colecção: Terra e gente  Vol: 2

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Letras e Livros Leiria, Leiria Disponível -+
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O tratamento ficcional de duas sólidas realidades históricas neste romance, uma de final do século XVII, outra de há apenas uma geração - há apenas 30 anos! -, constituíram para o editor um motivo de imediata adesão e interesse. A narrativa sobre a resistência do povo de Ferrel à tentativa de imposição de uma central nuclear na sua freguesia vai ainda mais longe e não se limita a entretecer ficção e realidade, pois nela o que há de imaginado no enredo reforça e multiplica a densidade histórica do núcleo fundamental que Autor e editor viveram na época, cada um de seu lado, de mais perto ou de mais longe, como observadores participantes.

De tal forma que este romance-realidade transfere às gerações presentes, melhor que uma obra de historiografia pura, o que de facto se passou em Ferrel entre 1976 e 1982, e a dimensão nacional a que a aldeia então se guindou, num contexto aliás de carácter europeu e mundial, a que o desastre de Chernobil dez anos mais tarde, em Abril de 1986, daria uma iluminação ofuscante embora trágica, como que o negativo (Chernobil) de um positivo (Ferrel).

Para que, no entanto, não se faça uma interpretação aleatória do que é real e do que é imaginário, e sem perda da unidade artística e literária dos dois planos, o ficcional e o histórico, que neste romance se alcança, o editor, com o auxílio do Autor, deixa aqui alguns apontamentos breves que esperamos sejam úteis ao leitor.

A I Parte corresponde a um caso real, e assenta em documentação histórica tal como o Autor indica na sua Introdução. Todos os nomes são reais. A fonte é o texto guardado na Torre do Tombo (Inquirição de Lisboa, Livro 265, Cad. 71, págs. 345-373 v.º), que, obviamente, sofre alguma dose de «construção» literária. Já a maldição, essa, como se depreende sem dificuldade do romance, é autêntica ficção, introduzida para estabelecer o nexo com a maldição da central nuclear na parte seguinte.

Na II Parte, alguns nomes conhecidos (Afonso Cautela, Delgado Domingos,1 Matos Ferreira, Ribeiro Teles,2 Eurico da Fonseca, Correia da Cunha,3 Pedro Coelho4) são reais, e transmitem no romance posições que efectivamente exprimiram de viva voz ou através da imprensa. Quase todos os restantes nomes são de criação literária. O que tais personagens dizem e fazem, no entanto, tem correspondência estreita com acontecimentos reais. De forma simbólica ou paradigmática, tipificam situações e personagens vividos. Há mesmo aspectos inteiramente autênticos: por exemplo, Crealmina é uma figura real, ainda viva e à beira dos 90 anos. A cena do sino tocado a rebate sucedeu quase assim, até com a corda do sino partida! Já por exemplo a história do frade franciscano do convento do Bom Jesus é inteiramente ficcional.

Também os deputados Maria Fernanda Martins e Diogo Baptista, os engenheiros Luís Vieira e Miguel Augusto, sendo embora personagens fictícios, reflectem, através dos seus diálogos, as preocupações e discussões da época. Da mesma forma, a sessão de esclarecimento nas páginas finais, se bem que ficcional, e sendo todos os intervenientes criação do Autor, representa um «condensado» do que se passou em várias sessões que realmente aconteceram, e baseia-se em testemunhos orais, ou em escritos entretanto publicados na imprensa.

Resta acrescentar que são autênticos os documentos citados em itálico nas páginas 54, 80, 81, 82, de 84 a 87, e 125. Algumas notícias de imprensa são textualmente citadas,5 e algumas falas de personagens assentam em artigos, entrevistas e reportagens entretanto publicadas e em circulares informativas da CALCAN.

Mais do que o pano de fundo historiográfico, e sem prejuízo da sua robustez, o que cativou o editor - e espera ele que cativará os leitores - foi o halo de autenticidade que a obra irradia num sopro de quase epopeia adequada ao nosso tempo, em que os valores, sendo ainda os valores permanentes da coragem e da verdade, são igualmente os valores modernos da intervenção cívica, da solidariedade humana, dos direitos das pessoas e dos povos, e do respeito pela natureza e pelo ambiente.

O editor

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