Correspondência Fernando Lemos e Jorge de Sena
26,00 €
- ISBN: 9789895680344
- Edição: 09/2022
- Idioma: Português
- Nº Páginas: 376
- Tipo: Livro
- Estado: Novo
- Editora: Documenta
- Autor: Lemos, Fernando
Tema: Dicionários, Linguística e Estudos Literários
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Descrição
Perfecto E. Cuadrado: «Um instrumento fundamental para o conhecimento de Jorge de Sena, de Fernando Lemos, de Mécia de Sena, presente em referências e também autora de algumas cartas significativas, de importantes protagonistas dos exílios portugueses da época salazarista e anos imediatamente posteriores, e da situação da arte e da literatura no Brasil e no Portugal desse tempo, isto é, do nosso tempo… por muito tempo ainda.»
«É verdade mesmo. E agora?
Nobre povo, nação valente!
Infelizmente não posso ir lá tão depressa. Estou, além do mais, num cansaço interior muito estranho. A gente, de repente, ter que acreditar de novo na nossa gente!
[…] Dá-me um abraço, nós precisamos fazer força e ficar orgulhosos. Aconteça agora o que acontecer, o troço é irreversível.»
Fernando Lemos, 3 de Maio de 1974
«De repente, veio a notícia de novo golpe, e triunfante. E, logo depois, as notícias (e os jornais não deixam lugar a dúvidas) de que o golpe é realmente, em marcha, a revolução que sempre desejámos. Isto devia dar-me uma alegria imensa. […] Dá-me igualmente a sensação de que, na verdade, o nosso sacrifício foi ainda pior do que tão amargamente nos pesava, e é feito de um exílio que, agora, vai ainda ser mais duro por parecer injustificado. Não é tanto o ter de acreditar na nossa gente que renasce (no fundo nunca deixámos de acreditar), como o sentirmos que, no momento da liberdade, nós somos restos mortais de outro tempo que já não é este. E isto dói como o diabo.»
Jorge de Sena, 9 de Maio de 1974
«É verdade mesmo. E agora?
Nobre povo, nação valente!
Infelizmente não posso ir lá tão depressa. Estou, além do mais, num cansaço interior muito estranho. A gente, de repente, ter que acreditar de novo na nossa gente!
[…] Dá-me um abraço, nós precisamos fazer força e ficar orgulhosos. Aconteça agora o que acontecer, o troço é irreversível.»
Fernando Lemos, 3 de Maio de 1974
«De repente, veio a notícia de novo golpe, e triunfante. E, logo depois, as notícias (e os jornais não deixam lugar a dúvidas) de que o golpe é realmente, em marcha, a revolução que sempre desejámos. Isto devia dar-me uma alegria imensa. […] Dá-me igualmente a sensação de que, na verdade, o nosso sacrifício foi ainda pior do que tão amargamente nos pesava, e é feito de um exílio que, agora, vai ainda ser mais duro por parecer injustificado. Não é tanto o ter de acreditar na nossa gente que renasce (no fundo nunca deixámos de acreditar), como o sentirmos que, no momento da liberdade, nós somos restos mortais de outro tempo que já não é este. E isto dói como o diabo.»
Jorge de Sena, 9 de Maio de 1974