Dicionário crítico

«Dicionário Crítico (Texto Integral de 1960 com um Prólogo de 1983)»

Reproduzindo como estava o texto da primeira, esta segunda edição apenas lhe acrescenta uma biografia do autor e o amplo – de quase 30 páginas – «Prólogo da Edição de 1984», em que Saraiva discorria, de forma lúcida, sobre os tempos e as causas do seu afastamento do P.C.P., após uma desinteligência com Álvaro Cunhal (por volta de 1962, pouco depois da dita edição original); Cunhal que, não sendo a esse propósito nomeado, parece também visado pelas críticas a um certo tipo de “personalidades dominadoras que não encontraram lugar na hierarquia salazarista” (o que soa a disparate) e que por isso teriam fundado o partido, intelectuais “vanguardistas que não se realizaram na arte e na literatura, e que ambicionavam realizar-se na acção”, entre outros apontamentos do género – no mínimo, mauzinhos… –, reunidos numa análise do tipo do comunista-apesar-de-tudo que, todavia, nalguns pontos põe de facto o dedo na ferida.