Estética e Política (Nietzsche e Heidegger)

Da badana: «A geração que se reconheceu no Maio de 68, à medida que entra na maturidade sente-se cada vez mais frequentemente levada a pôr a questão da relação entre a experiência vivida inaugurada naquele ano, por um lado, e a experiência cultural, literária, filosófica e histórica, por outro. Esta questão é articulada de várias maneiras. Põe-se a seguinte pergunta, por exemplo: o romance, como gênero literário, pode narrar de modo adequado os factos vividos colectiva e individualmente, social e privadamente, das duas últimas décadas? A filosofia, como forma de conhecimento, pode narrar o significado desses fatos? A história, como dimensão do saber, pode narrar a relação que os liga? Literatura, filosofia e história são assim chamadas a dar provas da sua capacidade de narrar o nosso passado próximo. Na base desta interrogação está de facto a suspeita de que tudo o que aconteceu em Sessenta e Oito até hoje é de algum modo pós-literário, pós-filosófico e pós-histórico, e por isso não suscetível de ser narrado, não por nossa incapacidade, mas pela sua própria essência, porque esta ultrapassaria a possibilidade da literatura, da filosofia e da historiografia.»...
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Nota:
Mario Perniola (Asti, 20 de maio de 1941 - Roma, 9 de janeiro de 2018) foi um filósofo italiano de reputação internacional, professor de Estética e autor de vários livros.
Tradução e prefácio: António Guerreiro
Ed. original: Presa direta. Estetica e politica; Venezia, Libreria Cluba Editrice, 1986
CDU: 1 Filosofia

Embora o livro seja novo, apresenta pequenos picos de acidez no interior das capas que não afectam em nada o miolo do livro que se encontra totalmente limpo.