O explorador Serpa Pinto

“Há existências mais aventurosas e dramáticas que a de qualquer protagonista de romance, concebido pela imaginação poderosa e febril de escritor talentoso e afamado em tal género de literatura. Pode incluir-se nesta categoria a do activo e enérgico explorador Serpa Pinto, um dos fortes lados dêsse triângulo admirável, formado por Hermenegildo Capelo, êle, Serpa Pinto, e Roberto Ivens”; logo a seguir traçando Noronha um paralelo entre os dois Pintos, Fernão Mendes e este, “duas figuras” que “esmaltam a nossa história”, e que “a maledicência dos medíocres e inúteis (…) pretende apoucar, diligenciando envolver os seus actos num ambiente de ficção ou mesmo de mentira” – no caso de Serpa Pinto porque “de tal modo no seu viver se encadeiam os acontecimentos extraordinários, os sucessos inesperados, as surpresas aturdidoras, as adversidades que só o rijo domínio de si próprio supera[m]”.