O GRANDE CIDADÃO
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O GRANDE CIDADÃO

18,00 €
  • ISBN: 978-989-9007-80-2
  • Depósito legal: 504681/22
  • Edição: 08/2022
  • Idioma: Português
  • Dimensões: 14x22cm
  • Nº Páginas: 290
  • Tipo: Livro
  • Estado: Novo
  • Editora: Companhia das Ilhas
  • Autor: Martinho, Virgílio
  • Autor da capa: Inês de Matos Machado
Tema: Literatura Portuguesa, Prosa
Colecção: OBRAS DE VIRGÍLIO MARTINHO  Vol: 02
Edição: 1.ª

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Segundo volume das Obras de Virgílio Martinho
Texto precedido de O MEU VIRGÍLIO, por Vitor Silva Tavares, e, em jeito de posfácio, A MINHA PROFISSÃO, por Virgílio Martinho
Nota biográfica e Notícia bibliográfica de Carlos Alberto Machado
O GRANDE CIDADÃO é um romance de aventuras. O seu herói chama-se Alquimista pela simples razão de que, em criança, entre os seus companheiros de rua, se gabava de poder fabricar moeda de ouro. Mas ele não é de ouro nem de prata – é um criminoso susceptível de ser condenado por qualquer código penal. O livro passa-se numa cidade imaginária onde a abjecção se tomou a moral comum. Talvez por este motivo flagrante o Alquimista, ao sair da penitenciária após vinte anos, verificou que encontrara uma outra cidade, mais vasta e complexa – onde todos os gestos humanos tinham de ser convencionais e o
futuro, tal como o presente, sinónimo obrigatório de ideologia ou morte. Era uma cidade aterrorizada.
Mas o romance é ficção, não se passa em lado algum, embora a história seja antiga e se processe onde vive o homem que perdeu a coragem para resistir e salvaguardar os seus valores originais. Devia tratar, ou trata, se acaso o consegui, de um tema simples como as pessoas podem ser reduzidas à condição de animais. Como, entre essa população
mutilada, podem existir homens que emergem libertos e decididos a correr os maiores riscos, por leis que, além de misteriosas, são inexoráveis. Mas não é um livro messiânico, não é um livro político, embora se fale dos que podem salvar, dos que morrem, dos que mentem, dos que monopolizam o poder, dos que traem, sendo homens, os seus irmãos, regra geral distraídos e ingénuos. E na cidade esboçada no livro nada resta aos cidadãos, as suas vidas foram sujeitas, por um pequeno ou descomunal artifício, à sedução mais completa. Se é neste extremo que nos encontramos, ou nos podemos encontrar em dado momento, é lógico supor que os seres foram transformados em peças de um complexo e monstruoso sistema, que é afinal, paradoxalmente, o deles. Porque eles, os seres de O Grande Cidadão, ajudaram-no a erguer-se, alimentaram-no, e são incapazes de não se corromperem numa atmosfera onde tudo é corrupção.
Se o livro é imaginário, os seus ingredientes são fidedignos. É apenas uma crónica, um relato das aventuras de um fora-da-lei constitucional, da sua mãe, da velha e gorda ex-prostituta Mamã, de Benvinda, de Heliodoro, o homem dito positivo mas inquieto, de Salomão e das suas ideias de fraternidade, por fim de desespero, também de Agripina, a cartomante. E todos eles, que respiram entre monstros actuantes ou inertes, resistem, tentam, acabam por morrer danados. Mas que resta às pessoas, quando as insultam, senão a raiva? O Alquimista sobrevive. Esta sobrevivência é para mim, suposto habitante dessa cidade, a continuação do mistério magnífico que é o homem.
Não é um livro neo-realista, deve estar longe do “novo-romance”. Mas que é um livro neo-realista? o que é um “novo-romance”? De facto, o que será um livro? Seja como for, em O Grande Cidadão, a vida e a morte estão rarefeitas, erradas, inquinadas de raiz, a existência é caricatural, o Homem pode ser impunemente estropiado pelo outro homem. Para isso existe a máquina exterminadora de que a História nos dá testemunhos e exemplos sem conta.
Virgílio Martinho ― excerto de uma entrevista concedida ao Jornal de Letras, Artes e Ideias, em 15 de Maio de 1963.

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