Ser ou não Ser – Três Histórias: Sarrasine, Pierre Grassou, O Coronel Chabert
16,00 €
- ISBN: 9789895680221
- Depósito legal: 504383/22
- Edição: 09/2022
- Idioma: Português
- Nº Páginas: 200
- Tipo: Livro
- Estado: Novo
- Editora: Sistema Solar
- Autor: Balzac, Honoré de
- Tradutor: Fernandes, Aníbal
Tema: Literatura Estrangeira, Prosa
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Descrição
Eis a questão.
«Sarrasine começa por intrigar-nos com um morto-vivo decrépito que assombra os salões parisienses do palácio de Lanty; intriga-nos ainda com a acidental visão de um Adónis pintado por Vien; e transporta-nos depois para a Itália-vaticana, onde nada parece relacionar-se com as surpresas que enfeitaram a primeira parte desta história. Mas o morto-vivo prolonga afinal uma radiosa juventude equívoca; e ficaremos a saber como ela perturbou, nas suas oscilações de ser-ou-não-ser, o escultor Sarrasine.
[…]
O ser-ou-não-ser de Pierre Grassou vive de um outro tipo de equívoco: a eficácia plagiadora de um pintor que tem como seu cliente de eleição a burguesia. Grassou, que chegou por disciplina e persistência a mostrar-se com um domínio formal assinalável, por falta de talento criador instituiu-se como rei do plágio — mina de ouro para um vendedor de arte intrujão e sem escrúpulos. Grassou é também pretexto para Balzac denunciar os mecanismos que forjam a fama imerecida, fruto da cultura-inculta de uma burguesia com possibilidades materiais para fazê-la sobrepor-se às que seria justo vingarem através de uma sólida lucidez crítica.
[…]
Quanto ao coronel Chabert, em 1882 contou pela primeira vez a sua história; chamou-lhe La Transaction, e a revista L’Artiste revelou-a em quatro dos seus números numa versão menos extensa; e nesse mesmo ano também surgiu integrada em Salmigondis, Contes de Toutes les Couleurs, com o título Le Comte Chabert.
[…]
O texto que serviu de base a esta tradução é o de 1835, corrigido por Jean-A. Ducourneau, mais conceituado por coleccionar as melhores formas literárias das várias versões conhecidas, resultantes dos cortes e das alterações que Balzac fez para as encaixar no espaço disponível dos volumes onde foram sucessivamente publicadas.
Sobre esta história paira a sombra do advogado Derville, o que procura resolver a situação jurídica do velho militar e é personagem noutras ficções de Balzac, quando lhe é necessário recorrer a um «advogado honesto».»
Aníbal Fernandes
«Sarrasine começa por intrigar-nos com um morto-vivo decrépito que assombra os salões parisienses do palácio de Lanty; intriga-nos ainda com a acidental visão de um Adónis pintado por Vien; e transporta-nos depois para a Itália-vaticana, onde nada parece relacionar-se com as surpresas que enfeitaram a primeira parte desta história. Mas o morto-vivo prolonga afinal uma radiosa juventude equívoca; e ficaremos a saber como ela perturbou, nas suas oscilações de ser-ou-não-ser, o escultor Sarrasine.
[…]
O ser-ou-não-ser de Pierre Grassou vive de um outro tipo de equívoco: a eficácia plagiadora de um pintor que tem como seu cliente de eleição a burguesia. Grassou, que chegou por disciplina e persistência a mostrar-se com um domínio formal assinalável, por falta de talento criador instituiu-se como rei do plágio — mina de ouro para um vendedor de arte intrujão e sem escrúpulos. Grassou é também pretexto para Balzac denunciar os mecanismos que forjam a fama imerecida, fruto da cultura-inculta de uma burguesia com possibilidades materiais para fazê-la sobrepor-se às que seria justo vingarem através de uma sólida lucidez crítica.
[…]
Quanto ao coronel Chabert, em 1882 contou pela primeira vez a sua história; chamou-lhe La Transaction, e a revista L’Artiste revelou-a em quatro dos seus números numa versão menos extensa; e nesse mesmo ano também surgiu integrada em Salmigondis, Contes de Toutes les Couleurs, com o título Le Comte Chabert.
[…]
O texto que serviu de base a esta tradução é o de 1835, corrigido por Jean-A. Ducourneau, mais conceituado por coleccionar as melhores formas literárias das várias versões conhecidas, resultantes dos cortes e das alterações que Balzac fez para as encaixar no espaço disponível dos volumes onde foram sucessivamente publicadas.
Sobre esta história paira a sombra do advogado Derville, o que procura resolver a situação jurídica do velho militar e é personagem noutras ficções de Balzac, quando lhe é necessário recorrer a um «advogado honesto».»
Aníbal Fernandes