Marta De Jesus (A Verdadeira)
16,00 €
- ISBN: 978-989-9007-16-1
- Depósito legal: 473180/20
- Edição: 2020
- Idioma: Português
- Tipo: Livro
- Estado: Novo
- Editora: Companhia das Ilhas
- Autor: OLIVEIRA, ÁLAMO
Tema: Literatura Portuguesa, Prosa
Colecção: Obras de Álamo Oliveira
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Descrição
Marta de Jesus (A Verdadeira) é um romance que se constitui sobre a narrativa bíblica do Novo Testamento. A epígrafe extraída do evangelho de Lucas assinala o comportamento e o perfil antitéticos das irmãs de Lázaro, Maria e Marta. Transpondo para o universo desta Marta o núcleo duro de seguidores do Emanuel bíblico (a mãe Maria Nazaré, Maria Madalena, o grupo dos discípulos), recontextualizando-os temporalmente a partir de meados do século XX (mas prolongando-os até à década de 90) e situando-os no espaço mais ocidental da Europa, a ilha das Flores, Álamo Oliveira constrói um romance cuja leitura obriga a um vaivém recorrente entre o explícito, contemporâneo, do primeiro plano e o implícito, remoto, do segundo plano (isto é, o subtexto evangélico), desafiando o leitor e jogando com as expectativas decorrentes do seu maior ou menor conhecimento bíblico.
O leitor terá, pois, ocasião de atestar a convocação de episódios bíblicos no interior deste romance, de verificar em que medida ela se realiza enquanto repetição e diferença (como é próprio de procedimentos narrativos e textuais do género) e como essas diferenças podem constituir, finalmente, um factor de frustração das expectativas do mesmo leitor. Na realidade, transpondo para a segunda metade do século XX açoriano e português alguns episódios bíblicos, entre eles o projecto messiânico de salvação política do país, o autor condena-os desde logo ao fracasso: porque esta não é uma narrativa tocada pela visão e pela perspectiva do milagre e porque a verdade histórica se opõe a uma libertação situada nesse período de tempo.
O leitor terá, pois, ocasião de atestar a convocação de episódios bíblicos no interior deste romance, de verificar em que medida ela se realiza enquanto repetição e diferença (como é próprio de procedimentos narrativos e textuais do género) e como essas diferenças podem constituir, finalmente, um factor de frustração das expectativas do mesmo leitor. Na realidade, transpondo para a segunda metade do século XX açoriano e português alguns episódios bíblicos, entre eles o projecto messiânico de salvação política do país, o autor condena-os desde logo ao fracasso: porque esta não é uma narrativa tocada pela visão e pela perspectiva do milagre e porque a verdade histórica se opõe a uma libertação situada nesse período de tempo.