Não gosto do meu pescoço

Com a sua prosa desarmante, intimista, acessível e de um humor cáustico, Nora Ephron partilha connosco os seus altos e baixos em "Não Gosto do Meu Pescoço", um olhar sincero e hilariante sobre o envelhecimento feminino e as suas atribulações estéticas, a menopausa, a casa vazia depois da saída dos filhos, enfim, a própria vida.

Nora Ephron aborda tudo - desde o ódio às malas de senhora às horas passadas a tentar travar o tempo no cabeleireiro, no ginásio e com os cremes de rejuvenescimento. E não esconde a aversão que tem ao pescoço, consciente embora de que quanto a isso não há nada a fazer. Ephron retrata a sua vida como nova-iorquina, cozinheira obsessiva e mãe desiludida. Sem esquecer os dias monótonos como estagiária na Casa Branca na época de JFK ("Sou provavelmente a única jovem que trabalhou na Casa Branca no tempo de Kennedy e a quem o Presidente não se atirou") e como se apaixonou e desapaixonou por Bill Clinton - à distância, evidentemente. Mas, acima de tudo, fala franca e extrovertidamente sobre a vida das mulheres de uma certa idade.

Absolutamente corajoso, sarcasticamente engraçado e inesperadamente comovente nas verdades que diz, "Não Gosto do Meu Pescoço" é um livro de sabedoria, de conselhos e de momentos hilariantes, um divertimento esplêndido e irresistível.