Livro Usado
Os flagelados do vento leste
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Os flagelados do vento leste

12,00 €
Bom estado de conservação
  • Edição: 2001
  • Idioma: Português
  • Dimensões: 14 x 20
  • Nº Páginas: 239
  • Tipo: Livro
  • Estado: Usado
  • Editora: Vega
  • Autor: Lopes, Manuel
Tema: Literatura de Expressão Portuguesa (PALOP), Prosa
Referência: LT011445
Colecção: Palavra Africana 

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Leituria Lisboa, Lisboa Disponível -+
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Considerado por muitos críticos como uma verdadeira obra-prima, este romance é dotado de uma estrutura e unidade impecáveis. Sem esforço e com interesse crescente, o leitor pode acompanhar detalhadamente a luta dramática que o povo da ilha de Santo Antão é obrigado a travar com as forças adversas da Natureza, a principal das quais é a seca, que se abate impiedosamente sobre as suas terras. Uma luta diária e insana pela sobrevivência onde sobressaem figuras de grande recorte humano que não mais nos saem da memória. Quando o livro foi editado no Brasil, o crítico literário Múcio de Almeida, do jornal Folha Popular, emitiu a opinião de que a genialidade habitava em Manuel Lopes. Atributo reconhecido posteriormente por outros críticos dos mais diversos quadrantes e que despertarem o interesse de outros países, nomeadamente a Ucrânia, onde foi publicada. Pode dizer-se, sem receio de exagero, que Os Flagelados do Vento Leste são um alto motivo de orgulho da língua portuguesa - e que se, por circunstâncias várias, se impusesse uma recolha, para a posteridade, de alguns títulos da nossa Literatura, decerto que este teria obrigatoriamente de nela figurar.

«Aquela tira de carrapato era sinal de trabalho, símbolo de emancipação, na ideia do rapaz. Significava que nele se estava operando a passagem de menino para homem. Na verdade, era o começo da escravização do menino pela terra, sob o disfarce tentador da responsabilidade de homem. Todo o catraio que ajuda o pai no tráfego sério das hortas sente grandeza em ser tratado de igual para igual e em trazer aquele distintivo. Os homens usavam, naturalmente, o cinto para suster as calças, mas também para enfiar a faca. O pai tinha um lato de coiro e um cartuchinho também de coiro – a bainha – para guardar a faca. Os meninos sonham com a bainha de cabedal, emblema de responsabilidade. "Uá! Tu não tens uma faca como eu. Foi nha-pai que deu para eu ajudar ele nos mandados da horta". Então, às escondidas, já picam tabaco de rolo com a faca, e enrolam o seu cigarrinho na palha de milho. Depois enfiam o calção de dril azul ou cotim ou vichi para esconder a vergonha e andarem mais afoitos no meio de raparigas. E aprendem a limpar o suor com as costas das mãos –a princípio por puro espírito de imitação – quando, no fim do dia, empunhando o rabo da enxada, regressam ao terreiro da casa atrás do chefe de família. Porque infância de menino de campo é isto: trocar as mamas da mãe pelo cabo da enxada do pai. Porque o homem do campo não teve infância. Teve luta só, e luta braba.»

Muito bom estado geral. Exemplar quase sem falhas. Pode apresentar assinatura de posse.

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