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As portas do teu coração batem no vento à entrada estendi o véu do silêncio à altura da tua alma nevada as velas apagaram-se, assopradas pelas últimas lágrimas. A beleza minha amante não me abandonou, queimava-me mas não podia consumir-me oh! poeta, olhar que alcanço, diz-me q...

"Neste livro, Duarte Luz oferece Sentimentos à sua terra, às suas gentes. Os seus poemas não cantam apenas as regiões sinuosas do Norte que foi seu berço, neles estão bem patentes a nostalgia, o amor, a saudade e visões detalhadas de pormenores que, constatar-se-á ao longo da sua leitura, ca...

O terror e o medo eram, para os gregos, irmãos e do pai, o deus da guerra, companheiros. Mas também filhos de afrodite, a do amor. Assim explicavam os gregos como pela mão do amor e pela espada do guerreiro o homem de multiplicou sobre a terra. (...) José Ilídio...

Encontramo-nos perante uma poesia que pensa, mas não daquela forma linear, dedutiva, quase fria de que normalmente se reveste o chamado conhecimento racional - não, aqui pensa-se, quase se diria em círculos... Joana Morais Varela, do prefácio Caminhada Por atalhos obscuros, pedregosos e p...

...Mas o poema dirige-se a toda a gente, e para os que não vêem nele senão esse aspecto de estranheza haverá sempre, apesar de tudo, um elemento que poderá reconciliá-los com um sentido novo: essa ordem do poema que nasce da sua música... Nuno Júdice...

Difícil é a noite Difícil é a noite quando árvores são levadas por rios e a música cessa de repente. É difícil não dormir não esquecer as mágoas do dia é difícil viver com a certeza da morte. Um gato é difícil como nuvem que se desenha oblíqua sobre o casario um gato ...

Os poemas deste livro foram escritos em vários países no espaço temporal de cerca de dez anos. Disparidades geográficas e temporais que só o trabalho do olhar de um mestre como Octavio Paz teria a capacidade de unir, cantando-os. Para além da tradução, parte dos desenhos são da Sara Belo...

Lúbrica Mandaste-me dizer, No teu bilhete ardente, Que hás de por mim morrer, Morrer muito contente. Lançastes, no papel As mais lascivas frases; A carta era um painel De cenas de rapazes! Ó cálida mulher, Teus dedos delicados Traçaram do prazer Os quadros depravados! Cont...

«O regresso de Hélia Correia à poesia é um regresso à memória e aos clássicos. É isso que explica o título deste longo poema dividido em 32 secções: “A terceira miséria é esta, a de hoje. / A de quem já não ouve nem pergunta. / A de quem não recorda”. [A] paixão pela Grécia, de...

A PALAVRA Mastiga a palavra da vergonha: faz do fel compota de morango. O segredo branco e vermelho, grita nu por cima do telhado. Das vogais e consoantes faz o fio de prumo da tua vida. ...

Cada um de nós é decerto poeta, à sua maneira, até mesmo sem escrever. Antes de lermos, o apelo que nos conduz à poesia é também de algum modo criação, e por isso constituimos uma certa intimidade, o leitor e eu, lendo estes poemas, e é por isso que ganho à-vontade para lhe dizer, citand...

Nesse gostoso momento de recordação, ecoaram em mim as "toadas" com que minha Mãe embalava meus Irmãos, e que eu, com igual finalidade, usei com meus filhos e já - nos "terceiros" vinte anos - para com meus Netos; assaltaram-me as lembranças de textos que apelavam à fantasia, à grandeza da a...